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Mapa da Estrada de Ferro Perus Pirapora.

A EFPP embora reconhecida internacionalmente como a maior coleção de material de bitola de 0,60 m jamais reunido, embora também próxima a um grande centro como a cidade de São Paulo (SP), ainda é na verdade muito pouco conhecida pela maioria dos fãs das ferrovias brasileiras.

Ativa até 1983 quando cessaram as operações da Cia. Brasileira de Cimento Portland Perus (CBCPP) a ferrovia enfrentou décadas de completo abandono.

Felizmente em 2003 foi fundado o Instituto de Ferrovias e Preservação do Patrimônio Cultural (IFPPC), uma associação sem fins lucrativos, com o intuito de recuperar, restaurar, preservar e operar a Estrada de Ferra Perus-Pirapora, atuando desde então no resgate do patrimônio através de ações voluntárias e parcerias com empresas e outras instituições. Atualmente, mantém parcerias com alunos da Fatec Tatuapé (São Paulo/SP) para rotinas de manutenção e operação dos passeios turísticos promovidos mensalmente.

Com isso foram restauradas, após aproximadamente 20 anos de abandono, 4 locomotivas, carros de passageiros e diversos vagões e vagonetas de serviço, sendo também recuperado um trecho de aproximadamente 7km, sendo desses, 3km operacionais e abertos ao público.


A meta da Associação é recuperar todo o patrimônio e traçado possível da ferrovia e devolver à população a ferrovia que até então servia para mineração, agora como um pólo turístico e cultural que utiliza o trem como principal agente integrador.

Maiores detalhes em:

https://efperuspirapora.wixsite.com/portal

(Fonte - mapa: "Revista Brasileira de Ferreomodelismo" Ano III nr. 9 abr/set 1991, publicada por Indústrias Reunidas Frateschi Ltda).

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A EF Perus Pirapora iniciou suas operações em 1914, com o objetivo básico de transportar cal produzido no bairro do Gato Preto, município de Cajamar/SP, para os então trilhos da São Paulo Railway, mais tarde EF Santos Jundiaí, no bairro de Perus, extremo norte-noroeste do município de São Paulo.

A concessão para a construção da ferrovia foi pbtida em 1910, por Silvio de Campos, Mario W. Tibiriçá e Clemente Neidhardt, e fazia parte do projeto de ligação da ferrovia até a cidade-santuário de Pirapora do Bom Jesus, estado de São Paulo.

Aparentemente o projeto de transporte de romeiros até Pirapora foi a forma de conseguir a concessão para a constução, pois uma ferrovia de 20 km, somente para um fim tão específico, ou seja, transporte de cal, não iria convencer as autoridades da época.

Desta forma, embora o nome da ferrovia tenha ficado como Estrada de Ferro Perus Pirapora, o fato é que a ligação até o Santuário de Pirapora nunca saiu do papel.

Em 1925 fundou-se a Brazilian Portland Cement Co., empresa canadense e primeira firma produtora de cimento no Brasil, que estabeleceu-se no bairro de Perus.

Em função dos estudos efetuados a extração de minério ficou definida em Cajamar, antigamente chamado de Água Fria. A partir daí a ferrovia passou a servir também como meio de transporte do calcário extraído em Cajamar, sendo feito o acréscimo do ramal para Cajamar, partindo da estação de Campos, no km 17,5.

Em 1951 todo o conjunto ferrovia-fábrica-pedreiras foi comprado pelo grupo J. J. Abdalla, que o operou até 1974, quando devido a problemas com as entidades financeiras, o governo acabou por alienar o acervo aos bens da União. Em 1981 o grupo readquiriu o complexo todo.

Devido à falta de modernização da fábrica, já deficitária, a poluição causada acabou por forçar o fechamento da mesma, o que ocorreu em 1983. A ferrovia perdeu então sua função básica, pois o transporte de passageiros havia sido paralizado em 1972.

Na imagem acima o pátio de Perus, em 1972.

(Fonte imagem: "Revista Brasileira de Ferreomodelismo" Ano III nr. 9 abr/set 1991, publicada por Indústrias Reunidas Frateschi Ltda).

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(Fonte - mapas acima: "Revista Brasileira de Ferreomodelismo" Ano III nr. 9 abr/set 1991, publicada por Indústrias Reunidas Frateschi Ltda).

Nos mapas acima trazemos detalhes dos pátios de Perus, Cajamar e Gato Preto, com as referências para as rodovias Anhanguera e Bandeirantes. Nota-se que a rodovia dos Bandeirantes passa bem próxima à fábrica de cimento, e a Anhanguera próxima ao bairro de Gato Preto.

 

Nos últimos anos de operação, devido a desativação gradual das minas de cal, o pátio de Gato Preto perdeu quase que totalmente sua função, utilizando-se apenas a sinstalações da oficina. 

O traçado original da ferrovia era Perus-Gato Preto, passando pela estação de Entroncamento, de onde, segundo o projeto, partiria o ramal de Pirapora, passando pela cidade de Sant'ana do Parnaíba. É interessante observar também que o local chamado de Entroncamento era composto de um triângulo, convergindo para o mesmo ramal de Gato Preto e o ramal vindo de Perus, havendo ainda uma ligação direta de Perus a Gato Preto.

Posteriormente o ramal Gato Preto-Entroncamento foi erradicado, e a ponte metálica sobre o rio Juqueri foi removida. Também foi erradicado a ligação Perus-Gato Preto, no local chamado de Campos, pois o pátio de Gato Preto passou a ser utilizado como auxiliar de Cajamar.

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Gato Preto à época da fundação da ferrovia (1914). Os fornos estão à direita, servidos por uma ferrovia que trazia o minério da pedreira de "Bocaina".

(Fonte: "Revista Brasileira de Ferreomodelismo" Ano III nr. 9 abr/set 1991, publicada por Indústrias Reunidas Frateschi Ltda).

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Estação do Entroncamento, em 1982. Daqui deveria sair o ramal para Pirapora. Originalmente a estação era prevista com um triângulo de reversão. À época da foto a etação já estava desativada e os trilhos haviam sido removidos.

(Fonte: "Revista Brasileira de Ferreomodelismo" Ano III nr. 9 abr/set 1991, publicada por Indústrias Reunidas Frateschi Ltda).

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Patio de Cajamar em 1970, visto da subida para a pedreira dos Pires, em direção à saída para Perus. À esquerda o depósito de locomotivas.

(Fonte: "Revista Brasileira de Ferreomodelismo" Ano III nr. 9 abr/set 1991, publicada por Indústrias Reunidas Frateschi Ltda).

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No centro da fotografia, ao fundo, a estação do Gato Preto.

Em primeiro plano, parte do pátio ferroviário e o depósito do forno de cal.

(Fonte:   http://www.estacoesferroviarias.com.br/g/gatopreto.

htm).

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Fornos de cal do Gato Preto, posteriormente demolidos.

A causa foi a instalação da fábrica de cimento em Perus à época. Ao fundo à esquerda a casinha que servia como estação e que foi demolida em 1913.

(Fonte:  http://www.estacoesferroviarias.com.br/g/gatopreto.

htm).

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Oficina da EFPP de Gato Preto.

(Fonte:   http://www.geocities.ws/osburkes/aestradaporcharl

es.html).

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Registro da EFPP em Cajamar em 1983.

(Fonte: http://www.ferreoclube.com.br/2016/06/29/e-f-perus-pirapora/).

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Pioneira da indústria cimenteira no país, a Fábrica de Cimento Portland Perus foi inaugurada em 1926 nas proximidades da Estrada de Ferro Perus-Pirapora, por onde desembarcava o calcário extraído nas pedreiras de Cajamar.

 

Em 1951, o político e empresário J.J. Abdalla assumiu o controle acionário da companhia, antes pertencente a um grupo canadense, integrando-a a seu extenso patrimônio. Contudo, em sua gestão, as más condições de trabalho acarretaram em uma série de greves organizadas a partir do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria do Cimento, Cal e Gesso de SP. A mais conhecida delas foi iniciada em 1962 e teve duração de 7 anos, sendo considerada um marco das lutas sindicais do país. Essa greve terminou com a vitória dos trabalhadores, sendo parte deles reintegrados ao trabalho com direito a receber os salários atrasados. Posteriormente, na década de 1970, a companhia recebeu uma ordem judicial de falência e teve decretada a intervenção federal. Fechada definitivamente desde 1987, a fábrica teve seu perímetro tombado em 1992. Desde então, coletivos e moradores reivindicam a transformação do local em um centro de cultura e lazer devotado à memória das lutas operárias da região.

(Fonte - foto/texto: http://memorialdaresistenciasp.org.br/lug

ares/fabrica-de-cimento-de-perus/).

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Rara imagem de um bilhete de trem na Estrada de Ferro Perus Pirapora, que data de 1950.

Ida e volta entre Cajamar e o Km 12.

Os trens de passageiros na EFPP duraram de 1914 até 1974, quando foram extintos. Tinham o prefixo "M", e saiam às 08:45 de Perus, chegando as 09:48 no entroncamento (este era o trem M3), retornando as 16:05 chegando 16:54 (este era o M4). Este horário está presente no guia Levi de 1973, um ano antes da erradicação. O trem, de fato, não parava somente na estação do entroncamento, mas ia até Cajamar. Com o fim dos trens regulares de passageiros, mesmo assim, ainda transportou-se pessoas nos trens de carga, que sempre levavam um carro na cauda para o guarda-freios, mas ele já não era prioritário e os horários eram bem diferentes, e sem paradas no entroncamento.

(Fonte: https://vapor455.rssing.com/chan-49764887/all_p1.html).

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